Ideologia e marketing: o espaço da opinião
nas editorias econômicas dos magazines semanais de informação
geral
Ivo
José Dittrich (Unioeste) e Nilson Lemos Lage ( UFSC)
Resumo
Este artigo trata de proposições interpretativas e opinativas
nas páginas econômicas de semanários brasileiros de
informação geral. Milhares de sintagmas nominais foram coletados,
entre julho de 1999 e junho de 2000, nas páginas de economia de
três revistas (Veja, Isto é e Época) - as mais populares
do país. Procedeu-se à análise de tal corpus. Constatou-se,
então, que sintagmas nominais - mais do que os sintagmas verbas
ou adverbiais - são o lugar privilegiado desses gêneros retóricos
(interpretação e, principalmente, opinião), conduzindo
a um consenso que parte do princípio de que o mercado tem papel
dominante e de que a política de globalização levará
a sociedade de consumo a um futuro radioso.
Abstract
This paper deals with interpretative and opinionative assumptions in the
economic pages of Brazilian weekly general information magazines. Thousands
of definite nominal phrases were collected between July, 1999 and June,
2000, from the economic pages of three magazines (Veja, Isto é
and Época) - the better known of the country . An analysis of such
corpus indicated that nominal phrases - more than verbal or adverbial
ones - are the outstanding locus of such rhetorical genders (interpretation
and, mainly, opinion), leading to a consent that takes for granted the
dominant paper of market and the promised paradise of consumption society
in the future, under globalization politics.
Palavras-chaves
Magazines de informação geral/ Texto interpretativo/ Texto
opinativo
Karl Kraus, o cáustico editor e redator quase
único dos 922 números de Die Fackel, criticava nos jornais
austríacos do início do Século XX, particularmente
em Die Neue Freie Presse, contradições tais como a coincidência
do moralismo nos editoriais com a publicação, nas páginas
que hoje chamaríamos de "classificados", de anúncios
de massagistas e acompanhantes. Mas isso era o de menos:
O que elevava às alturas a irritação de Karl Kraus
diante do jornalismo de seu tempo era a mistura de opinião e
fato envolvida na apresentação de notícias deturpadas
por interesse de classe.(...) O ensaio cultural, o feuilleton, era para
muitos a mais importante seção do jornal (...) uma espécie
de vinheta, na qual uma situação era descrita com todo
o colorido que o autor pudesse reunir; (...) resposta subjetiva a um
estado de coisas objetivo, planejada para ser transmitida em linguagem
repleta de advérbios e, em especial, de adjetivos, de maneira
tal que a situação objetiva perdia-se nesse emaranhado;
(...) os fatos objetivos vistos através das emoções
multifacetadas do escritor, suficientemente narcisista para considerar
suas próprias reações emocionais como possuidoras
de perceptividade e qualidade universais. (...) Para o burguês,
(...) o ponto alto de todo o jornalismo". (JANIK & TOULMIN,
1991:81)
Os
tempos são outros. Profissionais - economistas, advogados, sociólogos
-, aos quais não se pode imputar qualidades de estilo, produzem
os formalismos que ocultam a realidade, mas as características
gerais dos textos que irritavam Kraus encontram-se ainda hoje nas páginas
de opinião e nos suplementos dos jornais. Em nenhuma parte, no
entanto, elas podem ser mais notadas do que nos semanários de informação
geral do tipo de Veja.
Ideologia, informação e marketing em forma
impressa, essas revistas abastecem o público de modas culturais,
denúncias de escândalos, eventos nacionais e locais (com
maior freqüência de São Paulo, que é o maior
mercado) inéditos ou requentados, cobertura internacional, geralmente
copiada de publicações do Primeiro Mundo. Quando faltam
essas atualidades de impacto, recorrem a matérias temáticas
que agitam aspirações e temores difundidos de seu público
(enriquecimento/empobrecimento, misticismo/hedonismo, gordura/magreza,
ciência/superstição, heterossexualismo/homossexualismo,
homogeneização/identidade etc.).
As peculiaridades estilísticas desses magazines
- o que, neles, destoa do noticiário corrente, sem alcançar
o nível de análise da imprensa especializada (Nature, Foreign
Affairs etc.) - resultam de aperfeiçoamentos e adaptações
do Timestyle - originalmente (Time foi fundada em 1923 ), "ordem
inversa das palavras, sentenças invertidas e termos aglutinados"
(EMERY, 1965: 693):
Henry Luce
e seus editores não pretenderam se limitar aos conceitos tradicionais
de objetividade jornalística, que consideravam como mítica.
Nem tampouco queria a Time ser chamada de imparcial. (...) Num histórico
ensaio publicado por ocasião de seu 25º aniversário,
Time dizia: "O jornalista responsável é parcial com
relação à interpretação dos fatos
que lhe parece se ajustar às coisas como são". (...)
Alguns críticos, porém, achavam que a Time não
era às vezes honesta com os seus leitores, desde que apresentava
opiniões e hipóteses editoriais de permeio com as notícias
concretas. As predisposições editoriais da Time eram acentuadas
pelo uso que fazia das técnicas narrativas e de interesse humano.
(EMERY, 1965: 692).
Os
pontos de vista de Luce quanto à intenção de objetividade
dos jornalistas coincidem com a atitude dominante dos intelectuais contemporâneos
brasileiros, que reclamam "o controle social da imprensa" .
Em sua longa existência, Time prova ser desnecessário tal
controle: tão logo liberto do compromisso ético e técnico
que restringe testemunhos subjetivos e valoriza os dados que se podem
constatar ou medir, qualquer publicação de grande porte,
sendo empreendimento capitalista, torna-se instrumento dócil do
discurso dominante - isto é, do conjunto de versões da realidade
partilhadas por seus financiadores bancários, controladores de
empresas anunciantes e detentoras de tecnologia.
Neste artigo, pretendemos mostrar, nas editorias de
economia dos três maiores magazines semanais de circulação
nacional no Brasil, (a) a diferença sutil entre interpretação
e opinião, nem sempre reconhecida nas teorias do jornalismo e (b)
alguns dos mecanismos fundamentais em que se apóia a produção
de interpretação/opinião nos magazines que, ainda
que indiretamente, seguem o modelo de Time: Veja, principalmente, mas
também Isto é e Época.
1.
Informação, interpretação e opinião
O
texto informativo dá conta de um fato ou de uma série de
fatos ocorridos sucessivamente no mesmo local ou no contexto de um mesmo
assunto (uma guerra ou ma disputa esportiva, por exemplo) em um lapso
de tempo. O texto interpretativo apresenta fatos propondo ligações
entre eles que conduzem a vários entendimentos possíveis,
pelos critérios de causa/conseqüência, analogia/paradoxo,
aparência/essência etc. O texto opinativo propõe uma
versão para um conjunto de fatos, mencionando-os ou não.
Texto informativo e texto interpretativo formam um contínuo:
todo texto informativo pressupõe alguma interpretação
e todo texto interpretativo é também informativo. A diferença
é essencialmente de gradação.
Alguma interpretação existe no texto informativo
porque (a) a sucessão de proposições referidas a
fatos sugere causa; (b) a contiguidade entre proposições
referidas a fatos sem relação causal possível sugere
semelhança ou contradição; (c) a contiguidade entre
proposições, uma essencial ou distante, outra mais aparente
ou próxima, sugere que a primeira explica a segunda, ou a segunda
documenta a primeira; (d) as palavras têm conotações,
isto é, sugerem entendimentos diferentes para a realidade. Se digo
"João matou Maria", "João assassinou Maria"
ou "João degolou Maria" (portanto, uma ordem do mais
vago ao mais específico), apresento o mesmo fato com intensidade
ou nuanças diferentes. Degolar é mais descritivo, preciso
e, portanto, mais dramático do que matar.
Textos informativos e interpretativos diferem de textos
opinativos porque fornecem ao consumidor escolhas quanto à conclusão.
Diante de textos opinativos, só se pode concordar ou não.
A diferença ficará mais evidente nos exemplos seguintes:
1.1. Primeiro
exemplo
TEXTO INTERPRETATIVO.
Admitamos que junto três fatos na mesma matéria:
(a) João matou Maria
(b) João teve alta do manicômio há pouco tempo
(c) A política adotada no setor de saúde é ampliar
o atendimento ambulatorial de doentes mentais.
A
ligação entre esses fatos no mesmo contexto pode ser assim
esquematizada:
(a)
relação
seqüencial (causalidade fraca - post hoc ergo propter hoc, supõe-se
que o conseqüente é causado pelo antecedente)
(b)
relação
causal
(c)
O
sistema de relações estabelecido entre os fatos oferece
ao consumidor
a possibilidade de produzir as seguintes conclusões opinativas:
(i) a política de incentivo ao atendimento ambulatorial de doentes
mentais é errada;
(ii) a política de incentivo ao atendimento ambulatorial de doentes
mentais está sendo mal aplicada;
(iii) mesmo uma política correta como a do atendimento ambulatorial
de doentes mentais é susceptível de acidentes como o que
ocorreu no caso de João;
(iv) trata-se de coincidência.
TEXTO OPINATIVO
A redução
dos custos no atendimento à saúde, resultado da política
de arrocho dos gastos públicos ditada pelo FMI, traz riscos à
população, que tem que conviver com pessoas insanas. É
o caso de João, que matou Maria.
Observe-se
que:
(i) não há possibilidade de escolha pelo receptor, salvo
concordar ou discordar;
(ii) o texto existe substantivamente, mesmo sem o último período,
que remete ao fato.
1.2. Segundo
exemplo
TEXTO
INTERPRETATIVO
Admitamos que junto três fatos verdadeiros na mesma matéria:
O Presidente John Doe tem a maior rejeição pública
da história jamaicana;
O Primeiro-ministro Winston Churchill tinha a maior rejeição
pública da história inglesa logo antes da Segunda Guerra
Mundial;
Churchill conduziu a Inglaterra à vitória na guerra.
A ligação
estabelecida entre esses fatos no mesmo contexto pode ser assim esquematizada:
(a)
relação
analógica
(b)
relação
paradoxal
(c)
A relação estabelecida oferece ao receptor a possibilidade
de produzir as seguintes conclusões opinativas:
(i) John
Doe é um grande homem como Churchill, injustiçado pela massa;
(ii) No caso de John Doe, o povo está acertando, o que não
acontecia com Churchill;
(iii) Só se houver uma guerra a imagem de John Doe se recupera;
(iv) Trata-se de coincidência.
TEXTO
OPINATIVO
À
semelhança de Churchill, que viveu momentos de rejeição
popular sem precedentes antes de alcançar a glória política
no contexto da Segunda Guerra Mundial, John Doe está pagando
o preço de sua coerência e da persistência com que
se empenha na defesa do interesse da Jamaica. Mas o futuro imediato,
tal como aconteceu com o Primeiro Ministro inglês, logo o reporá
no lugar merecido.
Observe-se
que:
(i) não há possibilidade de escolha pelo receptor, salvo
concordar ou discordar;
(ii) o enunciado existe substantivamente, mesmo sem o apoio do fato, que
aparece aí apenas como pretexto para a manifestação
da atitude do autor (no caso, ele transforma o fato negativo em positivo).
2.
As microestruturas da opinião
A
explicação acima parece satisfatória em termos de
macroestrutura, isto é, da conformação geral que
nos permite concluir, do ponto de vista semântico, que o enunciado
corresponde a eventos do mundo real ou de mundos possíveis (a referência),
contém ação ou relação relevante e
presumivelmente ainda não percebido pelo receptor (a informação),
sustenta leque amplo de versões (interpretação) ou
impõe, em última instância, uma única versão
(opinião) a partir de fatos, proposições gerais ou
documentos.
No entanto, o problema que se coloca é o das
microestruturas, através das quais realizam-se concretamente funções
de referência, informação e argumentação.
No nível da sentença, as possibilidades variam entre os
sintagmas verbais, os sintagmas nominais e os moduladores externos, tais
como infelizmente, para desespero dos investidores, em um momento de fúria
etc. Dentre essas três categorias, a maior convergência das
funções referencias, informativas e argumentativas encontra-se
nos sintagmas nominais, quer se constituam de nomes próprios (Volkswagen/a
mais antiga montadora alemã instalada no Brasil; Embraer/o concorrente
brasileiro da Bombardier), nomes genéricos (fábrica /empresa/indústria/
/planta/firma), modificados ou não, ou nomes relacionais complementados
por um termo referencial (um milhão de quilômetros, irmão
de Pedro).
A partir dessa perspectiva, elegeram-se as descrições
definidas para o estudo de 150 títulos e 30 textos de reportagens
econômicas dos magazines Veja, Isto é e Época - cinqüenta
de cada um - , entre julho de 1999 e junho de 2000 (DITTRICH, 2001). A
distinção funcional procurada pode se evidenciar a partir
de um exemplo:
(a) No
Rio Grande do Sul, já foram lançadas as primeiras sementes
de trigo para a próxima safra de verão; (b) No Rio Grande
do Sul, já foram lançadas as primeiras sementes transgênicas
de trigo para a próxima safra de verão; (c) No Rio Grande
do Sul, já foram lançadas as controvertidas sementes transgênicas
de trigo para a próxima safra de verão. (op.cit.:14)
Na sentença (a) predomina a função
referencial, já que a informação em si (de as sementes
serem de trigo e as primeiras), no contexto do magazine, é sobretudo
designativa; na sentença (b), o termo agregado (transgênicas)
introduz informação jornalística relevante, pela
novidade e pela controvérsia ; em (c), o valor argumentativo do
termo controvertidas, que se poderia imaginar implicado em (b), evidencia-se
quando se propõe a substituição por perigosas, revolucionárias,
extraordinárias ou resistentes .
Os suportes teóricos da pesquisa são, principalmente, a
Teoria da Relevância (SPERBER & WILSON, 1995) e a Nova Retórica
(PERELMAN & OLBRECHTS-TYTECA, 1999).
3.
A pesquisa em números
O
período em que foram publicadas as reportagens (1999-2000) foi
marcado, nos contextos nacional e internacional, pelas fusões de
empresas, pelo discurso da livre concorrência (que, como advertia
o Papa Pio XI, na sua encíclica Quadragesimo Anno, de 1931, conduz
inevitavelmente à vitória dos mais fortes ) e pela repercussão
das novas tecnologias no quadro das relações sociais e econômicas.
Era a globalização posta em prática.
Correspondendo a isso, os títulos contêm
dominantemente os traços de grandiosidade (27), união (nove),
disputa (30) e intensidade (23). Somam 90 em 150. Se considerarmos formas
ambíguas, que podem ser enquadradas nessas categorias (Hora de
reduzir riscos, La dolce vita de Cacciola, Leilão das gôndolas
- em grandiosidade, por exemplo), o número ultrapassa cem, ou dois
terços do corpus. Sobrepondo-se a essas classes, a referência
à tecnologia (O buraco negro do DDD, A escolha de Gates, Acabou
a mamata da Internet etc.) concorre com pelo menos duas dezenas de títulos.
Quanto à forma gramatical, 25% dos títulos
são descrições definidas; 34 % descrições
não determinadas (isto é, sem marcador definido ou indefinido),
menos de 3% descrições indefinidas (são cinco títulos
e, pelo menos em dois o um/uma é ambíguo, sugerindo, mais
ou menos intensamente, o valor numeral: Uma moeda para todos e Uma fatia
do bolo); 20% têm outras configurações nominais (marcadores
nem, de, esse, até, só etc.).
Títulos com inserção de sintagmas
verbais acontecem em 23% dos casos (35 em 150), com forte predomínio
de Veja sobre suas concorrentes: cerca de 5% consistem de descrições
definidas seguidas de verbo (por exemplo, O capitalista desapareceu, em
que "o" reporta-se à categoria dos capitalistas, não
a nenhum investidor em particular); 5% de descrições não
determinadas seguidas de verbo; e perto de 14% com outros tipos de inclusão
verbal. Os campos semânticos são, dominantemente, verbos
de processo e ligação, os que indicam posse e benefactivos
. Há, em todos os casos, mas principalmente nas construções
com verbos, a nítida preocupação de parafrasear seqüências
que os leitores provavelmente têm na memória: Yes, nós
temos tecnologia/Yes, nós temos bananas (marcha cantada por Carmem
Miranda), Quem tem medo de estrangeiros?/Quem tem medo de Virgínia
Wolf? etc.
TAB.
I - PERFIL GERAL DOS TÍTULOS
|
Expressões
Nominais
|
Títulos
com verbo
|
REVISTA |
DDS |
DND |
DIS |
OCN |
TOT |
DDS |
DND |
Outros |
TOT |
TOTAL |
Veja |
14 |
07 |
02 |
06 |
29 |
07 |
03 |
11 |
21 |
50 |
Época |
11 |
28 |
02 |
04 |
45 |
00 |
01 |
04 |
05 |
50 |
Isto
É |
13 |
17 |
01 |
10 |
41 |
00 |
03 |
06 |
09 |
50 |
TOTAL |
38 |
52 |
05 |
20 |
115 |
07 |
07 |
21 |
35 |
150 |
Percentual* |
25% |
34% |
03% |
13% |
75% |
05% |
05% |
15% |
25% |
100% |
* Os percentuais
foram arredondados. |
Observa
Dittrich (op.cit.:108):
Para quem
é do ramo jornalístico, a predominância dos títulos
compostos por expressões nominais sobre aqueles que apresentam
verbo não seria novidade. A tabela, entretanto, permitiria estabelecê-la
mais precisamente: 3x1, em média. Se aplicada particularmente
a cada uma das revistas, a relação cairia para 4x3 em
Veja e subiria correspondentemente nas outras duas. Essa tendência
poderia estar indicando que Veja seria mais incisiva e categórica
em seus títulos; suas reportagens penderiam mais para o caráter
argumentativo. Haveria, entretanto, a necessidade de maior número
de dados para sustentar a hipótese. Mas a relação
estabelecida não deixa de ser um ponto de referência para
contrapor uma reportagem a outra, o jornalismo de revista ao do jornal
diário e os próprios gêneros entre si.
Das
150 reportagens, 30 foram consideradas para a análise dos textos.
Referiam-se aos assuntos mais freqüentes: 18,7% fusão ou venda
de empresas; 18,7% empresas e investimentos; 16,7% política econômica
nacional; 11,3% empresários e executivos; 9,3% questões
sociais; 7,3% corrupção ou denúncias; 7,3 política
econômica; 6% Internet e 4,7% crise Brasil-Argentina. Para completar
o número considerado excelente como amostragem, incluíram-se
mais três reportagens do bloco empresas e investimentos, considerado
o mais representativo em termos de conteúdos que se ramificam nos
temas. Empresas e investimentos teve, portanto, seis reportagens escolhidas,
duas de cada revista, e os demais blocos, três reportagens cada,
um de cada revista.
Os sintagmas nominais desses textos foram distribuídos,
de acordo com a presença e natureza dos determinantes, pelas categorias
descrições definidas(DDS), descrições indefinidas
(DIS), descrições com outros determinantes (DOD) e descrições
não determinadas (DND). Quanto à presença e natureza
do modificador, utilizaram-se as categorias descrições simples
ou não modificadas (DS); descrições modificadas restritivas
(DRS), descrições modificadas indicativas (DInd.), descrições
modificadas relativas (DRel) e descrições modificadas qualificativas
(DQS).
A configuração numérica resultante
da pesquisa é a seguinte:
TAB
II – Distribuição das descrições em relação aos determinantes:
REVISTA
|
DDS
|
%
|
DIS
|
%
|
DOD
|
%
|
DND
|
%
|
TOTAL
|
VEJA
|
0987
|
64%
|
178
|
11%
|
098
|
06%
|
283
|
19%
|
1546
|
ÉPOCA
|
1137
|
65%
|
158
|
09%
|
070
|
04%
|
379
|
22%
|
1744
|
ISTO É
|
0826
|
66%
|
145
|
11%
|
068
|
05%
|
225
|
18%
|
1264
|
TOTAL
|
2950
|
%65
|
481
|
10%
|
236
|
05%
|
886
|
20%
|
4554
|
TAB
II – Distribuição das descrições em relação aos determinantes:
REVISTA
|
DDS
|
%
|
DIS
|
%
|
DOD
|
%
|
DND
|
%
|
TOTAL
|
VEJA
|
0987
|
64%
|
178
|
11%
|
098
|
06%
|
283
|
19%
|
1546
|
ÉPOCA
|
1137
|
65%
|
158
|
09%
|
070
|
04%
|
379
|
22%
|
1744
|
ISTO É
|
0826
|
66%
|
145
|
11%
|
068
|
05%
|
225
|
18%
|
1264
|
TOTAL
|
2950
|
%65
|
481
|
10%
|
236
|
05%
|
886
|
20%
|
4554
|
Na
TAB II, não há grande variação entre as revistas:
o predomínio das descrições definidas deve indicar
que elas se equiparam ao supor que o leitor já domina muitos dos
conteúdos abordados. Se aproximarmos semanticamente as descrições
não determinadas (isto é, sem indicação de
definitude ou indefinitude) das indefinidas - que é possível
e até estilisticamente recomendável em português -,
teremos dois grandes blocos, um com 65%, outro com 30%. Aos 65% talvez
se possam acrescer as descrições com marcadores como o demonstrativo
esse.
Na TAB III, constata-se que, em média, as descrições
modificadas prevalecem na proporção aproximada de 3x1, o
que ocorre homogeneamente em todos os textos: a proporção
de descrições simples somente em quatro matérias
das 30 analisadas supera os 29% ou é inferior a 21%. As descrições
simples são, em 70% dos casos, constituídas do nome de pessoas,
lugares ou instituições, restando 30%, ou perto de 7% do
total, para descrições do tipo D+N, tais como o negócio,
a empresa ou o problema.
Na TAB IV, o predomínio das descrições
modificadas é explicado: a maioria delas é constituída
de construções restritivas (89%), o que demonstra o quanto
a língua depende de combinações de palavras para
cumprir o papel de referência. Nos períodos seguintes não
seria possível, por exemplo, suprimir as expressões adjetivas
que acompanham os nomes nos segmentos grifados sem inevitável alteração
ou perda de sentido:
(a) A indústria
automobilística, que por anos assistiu ao desinteresse do consumidor
pelo carro a álcool, começa
a sentir o reaquecimento desse mercado. (Isto É, "O mico que
virou curinga").
(b) Não está
entre as atribuições do departamento convalidar análises
de pedras preciosas. (Época, "O golpe
das pedras")
Considerando-se
que a metade tem o hábito de comprar em sites do exterior , restam
a cada mês apenas 9 dólares
per capita para as 450 lojas em operação no país.
(Veja, "Acabou a mamata na Internet").
As descrições indicativas informam, em regra, nas editorias
de economia, quem foi o responsável por determinada declaração
- um recurso, pois, ao argumento de autoridade. Despertam maior interesse,
no entanto, porque,: não sendo indispensáveis à designação
do referente, podem oscilar entre a agregação de informação
e a construção de argumentos:
(a) O engenheiro
agrônomo gaúcho Gilberto Gollner vive batendo recordes de
produtividade em seus 13000 hectares
plantados com soja e algodão. (Veja, "O ex-patinho feio")
(b) O caixa da companhia,
que havia sido aberto no início do ano para a aquisição
por US$ 6 bilhões da divisão
de carros da sueca Volvo, soma mais US$ 25 bilhões. (Isto É,
"Em dois mundos")
(c) A primeira denúncia
de golpe contra o governo federal foi formalizada em agosto pelo advogado
Fernando
Nizo Bainha, em Florianópolis. (Época, "O golpe das
pedras").
Para
fim de classificação, na TAB IV, e de especificação,
na TAB V, decidiu-se chamar de descrições relativas as que
delimitam o referente em relação a quatro características
da informação jornalística: quantidade (maior, grande),
novidade (novo, atual), atualidade (último, próximo) e exclusividade
(único, principal). Eventos grandes, novos, atuais e, de preferência,
exclusivos compõem boa parte dos relatos jornalísticos;
no entanto, o fato de algo ser grande (no sentido de importante, poderoso),
novo ou atual não é em geral mencionado; são características
dadas por favas contadas em jornais, rádio e televisão,
que, em regra, as substituem, se for o caso, por indicadores mensuráveis
de tamanho, espaço ou tempo. Ninguém espera o pequeno e
muito menos o velho, o antigo ou o que já se sabe nos noticiários.
As revistas semanais de informação geral, pelo contrário,
precisam expressar esses valores, em média, 5,5 vezes por matéria.
Um haitiano rico será, talvez, um homem pobre pelos padrões
dos Estados Unidos e a maior transação no mercado de pimenta
em pó ridiculamente pequena para o mercado de petróleo ou
de diamantes. As descrições relativas, tal como a busca
de recordes, parecem, assim, ocupar também a fronteira entre informação
e argumento:
(a) Na África do
Sul, o maior produtor mundial, os trabalhadores saíram em marcha
pelas ruas contra a venda de
ouro feita pelo BC da Inglaterra. (Veja, "O Ouro perde o brilho")
(b) A grande revolução
virá da telefonia móvel, com o acesso à rede pelo
celular. (Época, "Monopólio condenado")
(c) Pois bem, dezenas
desses negócios faliram nos últimos meses. (Veja, "Acabou
a mamata na Internet")
(d) A principal vantagem
é que agora eles contam com injeção eletrônica
no lugar do jurássico afogador. (Isto
É, "O mico que virou curinga").
As descrições qualificativas perfazem
143 ocorrências em 30 textos - quatro a cinco por texto. Aparecem,
por vezes, intensificadas por mais, ainda aí buscando o recorde
ou a primazia. A forma mais comum, no entanto, é explícita
em sua intenção argumental, com o modificador precedendo
(à maneira dos adjetivos em inglês e com o ônus, em
português, de alterar ou sublimar o seu sentido explicito) ou sucedendo
o nome - e, neste caso, disfarçando-se em restritivos verdadeiros,
como acontece no exemplo (d). Nos demais, observe-se o quanto é
vago ou exagerado, em (a), interminável quando se considera a possibilidade,
digamos de se escrever de dez (ou vinte, ou cem) quilômetros; em
(b), habitual, que se poderia avalizar pela indicação de
feitos do secretário; em (c), inexorável, em lugar dos dados
que autorizam a suposição de inevitabilidade de se popularizar
a rede (aumento das ligações, redução do preço
dos computadores etc.). De qualquer forma, a informação
aportada pelos modificadores não seria necessária para a
indicação do referente:
(a) A Marginal Pinheiros
(...) está sendo apelidada de Marginal.com em virtude da interminável
fila de outdoors
de empresas de Internet que ladeiam as pistas de rodagem. (Veja, "Acabou
a mamata na Internet").
(b) O Secretário
do Tesouro dos EUA, Larry Summers, dissimulou a habitual inflexibilidade.
(Época, "A pressão das
ruas").
(c) O que já não
se discute é a inexorável popularização da
rede mundial de computadores entre os brasileiros.
(Epoca, "Concorrência digital")
(d) Nas cidadezinhas sonolentas,
surgiu a imagem incomum de loiros tomando chimarrão nos bancos
das praças.
(Veja, "O Ex-patinho feio")
Outra
característica interessante desse jornalismo, bem diferente daquele
descrito para a produção de notícias ou mesmo de
reportagens de jornal, é a presença de palavras que selecionam
o público. É o caso de jurássico (que remete, talvez,
ao filme Jurassic Park), inexorável e, principalmente, de darwiniana,
em "O futuro vem acompanhado de competição darwiniana"
(Veja, "Na guerra global"). Ou da acumulação de
informações necessárias para decifrar uma seqüência
como "Zico e seu filho embarcaram no mesmo aeroporto. A decolagem
não apresentou maiores problemas. O agora empresário já
decolara na base da chuteira e o cantor, só no sapatinho".
O leitor que os editores querem é aquele capaz de entender o que
tais palavras e sentenças significam em distintos universos de
conhecimento e que se distingue socialmente por isso. Ler essas revistas
é fator de diferenciação - o que representa sólido
argumento de venda.
4.
Ausência/presença dos modificadores
A situação mais característica
do uso referencial de uma descrição definida ocorre (a)
na ausência de modificador e (b) quando o nome nuclear do sintagma
é uma designação de pessoa, instituição
ou lugar: Ambev, Santander, Pedro Malan. Descrições indicativas,
com inserção de modificador, acrescentam informação
e permitem entendimentos (isto é, o acionamento de áreas
de memória para a construção de modelos) diferenciados:
o ministro Malan/o economista Malan; o Santander/o ex-banco de Simonsen.
A designação de um referente já
mencionado pelo cargo, profissão ou alguma característica,
além da função de coesão (HALLYDAY, 1970)
na gramática do texto, reporta-se à distinção
de Frege entre sentido e referência: o presidente, o estadista,
o ditador, o governante podem referir-se à mesma pessoa (digamos,
Getúlio Vargas), mas cada qual produz efeitos contextuais (SPERBER
& WILSON. 1955) divergentes. Da mesma forma, a referência a
relações explicitadas antes: a união, a fusão,
a aliança, o casamento ativam diferentes entradas enciclopédicas
(op. cit.). Os sentidos variam: negócios em conjunto com ou sem
perda de identidade de um ou dos dois que se aliam; associação
a amor, intimidade, afeto, família. O mesmo ocorre quando se grupam
em dois conjuntos de três elementos as seguintes nomeações
sinônimas do ponto de vista da referência: (a) concorrência,
competição, disputa; (b) luta, conflito, briga. Obviamente,
a balança informação/argumentação pende
para a esquerda em (a) e para a direita em (b).
Termos como negócio, fato, declaração,
problema, manobra, questão, por sua vagueza, funcionam semanticamente
como pronomes, substituindo algo que é, efetivamente, um negócio,
um fato, uma declaração; ou que possa ser considerado problema,
manobra ou questão. Nomes de doutrinas filosóficas, econômicas
ou posições partidárias agregam valores informativos
e de argumentação: o conservadorismo, em regra, é
bom para os banqueiros e ruim para os produtores.
Nas descrições simples, prevalece a função
referencial: revolução dos computadores, tecnológica;
guerra de preços, judicial, fiscal; briga entre revendedores e
distribuidores de combustíveis, na Internet. As metáforas
que nucleiam esses sintagmas, remetendo-os ao impulso agressivo primário,
como que se enfraquece com a adição dos restritivos: a revolução
não ameaça, de imediato, a ordem constituída; não
se espera que haja mortes na guerra nem feridos na briga.
Nas descrições relativas, o recurso à
indeterminação ou vagueza é característico
dessas revistas, que, por esse aspecto, se aproximam da retórica
epidítica. Próximos são dias, meses ou anos; novos
são companhias, investimentos ou a economia; grandes, diferentes
negócios, fundos de pensão, esperanças, maiores (da
semana, do dia, do mês, do ano; do bairro, da cidade, do país,
do mundo) são vendas, empresas, exportadores; ocasionalmente, duas
transações diferentes são apresentadas como o maior
negócio de todos os tempos (Veja, "O maior negócio
do mundo") e, algumas semanas depois, como o maior negócio
da história do capitalismo (Veja, "O mouse que ruge").
Principais são os fundamentos dos negócios, as vantagens
da injeção eletrônica, os trunfos do governo; únicos
(anteposto, no sentido de "só um"; posposto, tem geralmente
o sentido de "peculiar") o objetivo da Microsoft e a saída
para os supermercados Pão de Açúcar. Nada concreto,
palpável, constatável.
As descrições modificadas qualitativas destacam-se nos textos
como se fossem deslizes ou desabafos do redator. Predomina, ora a arbitrariedade
da escolha, ora a desnecessidade do modificador. Geralmente não
há explicações que sustentem a atribuição
contida em banco podre (o Bamerindus), o caminho natural (para companhias
em crise, vender patrimônio), o relacionamento estreito (entre Jorge
Mansur e o Bradesco), ou um dos negócios mais bem sucedidos do
Brasil (os supermercados Pão de Açúcar).
O traço +arbitrariedade é bem mais intenso
quando o modificador fica à esquerda do nome e que predomina no
caso das descrições definidas. A construção
é a que mais lembra o Timestyle, em que o adjetivo mais incomum
ou de valor testemunhal precede os demais, logo após o artigo:
o respeitado economista americano Paul Krugman (Veja, "A semana em
que Bill Gates perdeu"), o habitualmente discreto Bozano (Época,
"Júlio comprou, viu e vendeu"), o arredio Carlos Alberto
Sicupira (Isto é, "GP mergulha na rede"), o combalido
astro de futebol Diego Maradona (Época, "Aliança em
risco"), o bravateiro Menem (Veja, "O fanfarrão arrependido"),
a vetusta alemã Mannesmann (Veja, "O mouse que ruge"),
o fatídico mês de janeiro (Veja, "A nossa crise em Miami"),
as já minguadas margens de lucro (Veja, "Na asas da fusão"),
o efervescente dialeto da Internet (Isto é, "Chocadeira virtual")...
Há ainda enunciados predicativos, em que se diz que algo ou alguém
é admirável, feroz, pragmático, agressivo, insignificante,
gritante etc.
5. Conclusões
As possibilidades analíticas da pesquisa de DITTRICH
(op. cit.) são demasiadamente amplas para a extensão desse
artigo, sobretudo se comparadas com a distinção aqui proposta,
por sutil que seja, entre interpretação e opinião.
Opinar é certamente um direito do indivíduo;
opinar abalizadamente privilégio de alguns dentre os estudiosos
de um tema. Opiniões abalizadas constroem-se ao longo dos anos
- às vezes décadas ou séculos - , do que resulta
que mais opiniões têm os tolos do que os sábios.
O que se evidencia é que essas revistas - e, numa análise
de consistência ideológica, certamente Veja mais do que as
outras - vendem opinião, tanto quanto ou mais do que interpretação
ou informação sobre a realidade. Como não poderia
deixar de ser em empreendimentos comerciais de tal grandeza, o viés
reflete o conjunto de interesses dominantes na sociedade em dado momento,
além de traços do hic et nunc dos redatores.
Como faltam dados, o exagero é permitido, o impressionismo e a
subjetividade aliam o convencional e o pedante, não há como
contestar ou sequer discutir o juízo completo, que é dado
como constatação. Trata-se de produzir, não argumentos,
no sentido corrente, mas teoremas que decorrem de axiomas convenientes
sobre as coisas do mundo. Nada que se pareça com a notícia
e a reportagem canônica, seja ela investigativa ou interpretativa;
a apuração existe, mas serve principalmente para fornecer
fatos objetivos que possam ser vistos "através das emoções
multifacetadas", para citar de novo Karl Kraus.
Os leitores socializam-se, assim, pelo mecanismo de adesão conveniente,
ao fluxo ideológico que deriva de centros de poder. Terão
o que dizer, sem correr riscos. Ainda que a realidade seja apocalíptica,
estarão integrados, seguros e serão, portanto, confiáveis.
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